quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Trânsito - Pedal pela Paz



Trânsito - Pedal pela Paz
(Paulo R. Boblitz - jan/2010)

Ontem à tarde, o amigo Luciano Aranha me ligou. Contou-me que no próximo dia 14 de janeiro, estará fazendo um ano em que a ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, morreu atropelada na Av. Paulista, lá em São Paulo.

Informações sobre aquele acidente, podem ser encontrados no blogue http://totaurbs.blogspot.com/2009/01/mrcia-regina-de-andrade-prado-17111968.html, ou até mesmo no Google.

O que a organização não governamental Ciclo Urbano pretende, é, além de uma homenagem àquela querida ciclista, também chamar a atenção para a Segurança no nosso trânsito, onde o estresse, a impaciência, a arrogância, a irresponsabilidade em conjunto com o álcool, acaba utilizando o veículo de quatro rodas, principalmente, como arma de agressão, às vezes fatal...

Quando conversamos pelo telefone, pensava apenas em remeter esse convite para vocês ciclistas, mas analisando o material recebido, descobri que o assunto é mais amplo do que imaginava.

Pedalando ou conduzindo qualquer outro veículo, podemos exercer a diferença, fazendo a nossa parte, por nós mesmos, por nossas famílias, pelos outros, a conviver e partilhar as mesmas vias com cidadania.

Nesse último domingo 10/jan, o Fantástico exibiu uma ótima reportagem que ratifica tudo isso. Para quem perdeu, vale a pena visitar os endereços:

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1441697-15605,00-ESPECIALISTAS+APONTAM+MEDIDAS+PARA+DIMINUIR+MORTES+NO+TRANSITO.html

Veja as cinco principais causas dos acidentes no trânsito:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1188390-7823-VEJA+AS+CINCO+PRINCIPAIS+CAUSAS+DOS+ACIDENTES+DE+TRANSITO,00.html

Sempre sobra e sempre sobrará para o mais fraco; sempre é e sempre será pior para quem morrer ou se tornar inválido.

O fato é que nós ciclistas, até mesmo pedestres, que utilizamos a força motriz das pernas, do próprio coração, temos que nos movimentar e fazer barulho para conquistar a nossa segurança, o nosso espaço.

Se não nos lembrarmos de nós, ninguém se lembrará...

Será pedalando e convidando mais gente a pedalar, que iremos conquistar uma cidade inteira, não através da punição pela infração, pela fiscalização ou outro meio que coíba o abuso, mas sim através dos nossos exemplos, pois todo aquele que pedala, não agride ninguém pelo caminho; dá sempre a preferência para a bicicleta, para o pedestre...

É nosso dever e direito, questionar nosso governo em busca de ciclovias, espaços sinceros e motivados para qualquer ciclista, seja ele esportista ou pela necessidade, poder desenvolver seu caminho sem sustos e acidentes.

Quem pedala é o povo...; milhares de trabalhadores humildes vão e voltam pela nossa cidade, diariamente, para produzir...

Eles não têm organização e voz para se fazerem ouvir, mas nós, em tantos grupos pedalando, podemos ajudá-los, nos ajudando também, até que a Prefeitura ouça o bom senso, e com a devida competência e responsabilidade, produza caminhos para os menos protegidos, todos nós que pedalamos.

Nesta próxima quinta-feira, dia 14 de janeiro, venha com uma camisa branca; faça número ao somar-se nessa gritaria silenciosa, e mostremos a essa gente que apenas nos costuma usar em anos de eleição, que temos o voto na ponta dos dedos, que aquele mais humilde que se utiliza das duas rodas magrinhas no dia-a-dia, também tem o mesmo tipo de dedo que confirma na tecla verde.

Quinta-feira, dia 14 de janeiro, ali do Mirante da 13 de Julho, a partir das 19 horas, todos nós e você, num pedal diferente a girar em nosso favor, a também homenagear aquela ciclista que um dia se encontrou com alguém mais pesado, pela falta do espaço próprio, digno a quem não polui, respeitoso a quem não desperdiça, pois o esforço individual é sempre mais nobre e valente...

Venha gritar em silêncio, de camiseta branca, portador da paz...

Você pode ser a distinção daquela mais uma cruz na estatística, daqueles que inocentes perdem a vida ou ficam mutilados, apenas porque não pagaram mais, às montadoras, às concessionárias, ao Estado pelo emplacamento e pedágios, às companhias seguradoras...

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